Análise | Ben 10: O Início (Parte 1)

Tá na hora de virar herói“! Criada pelo grupo Man of Action (formado por veteranos da indústria de HQs que depois trabalhariam também em Mutante Rex e Ultimate Homem-Aranha), Ben 10 é uma das animações de maior sucesso do Cartoon Network nos últimos anos, tendo estreado no canal em 2005 e vem recebendo novas temporadas e versões até os dias de hoje – algumas ótimas, outras nem tanto…

Muitos episódios, filmes e produtos licenciados depois, é hora de dissertar um pouco sobre a obra e o porquê dela fazer tanto sucesso entre jovens e adultos – sim, tem muito marmanjo que assiste, não adianta negar. Como é bastante coisa para analisar, resolvi dividir este artigo em três partes. Nesta primeira parte, vamos falar da primeira série de Ben 10, que foi exibida entre 2005 e 2008, com um total de 49 episódios divididos entre quatro temporadas.

Ben 10 conta a história de Benjamin Tennyson, um garoto de 10 anos que, enquanto curtia suas férias de verão ao lado de seu avô Max e sua prima Gwendolyn, encontra um misterioso dispositivo chamado Omnitrix, de origem extraterrestre, que se afixa em seu pulso como um relógio. O artefato consegue transformá-lo temporariamente em 10 seres alienígenas distintos, e ele decide então usar seus poderes para combater o mal, ajudar as pessoas e se divertir um pouco, por que não?

Com essa premissa simples, a série original é até hoje uma das mais queridas pelos fãs, inclusive por ser o começo de tudo. A animação era diferente de tudo que vinha sendo feito no Cartoon até o momento e veio a influenciar muitas produções que vieram depois. Os traços eram arrojados, possuindo uma estética que lembra muito animações japonesas, mas com um toque ocidental. Em razão dos altos custos de produção, era comum nos episódios o uso de “painéis de ação”, ou seja, imagens estáticas que representavam golpes na tela, dando um efeito muito estiloso às lutas. De maneira geral, o nível de qualidade técnico se manteve alto por toda a série.

Os roteiros dos episódios eram simples, possuindo ação e humor na medida certa. As histórias são fechadas, mas vão construindo algo maior por trás, apresentando vilões e tramas paralelas a serem melhor desenvolvidos no decorrer da série. Um comentário de um personagem ou uma aparição no final de um episódio podia ser um prenúncio do que ainda estava por vir, deixando o espectador instigado para continuar acompanhando. Um fator bem interessante era a imprevisibilidade do Omnitrix, que, muitas vezes, parava de funcionar em momentos cruciais ou transformava Ben em um alienígena diferente do escolhido, sendo ele obrigado a resolver a situação de outra maneira.

Quanto aos personagens, o protagonista, Ben, é um menino peralta e teimoso, que vive fugindo de suas responsabilidades, mas possui um bom coração. Nota-se uma clara influência do Capitão Marvel/Shazam em seu conceito, uma vez que ele mantém a sua personalidade e trejeitos quando se transforma, sendo literalmente uma criança no corpo de um adulto. Gwen, sua prima, é seu completo oposto: certinha e sabichona, vive em pé-de-guerra com Ben e está sempre dando palpite em tudo. Max, avô das crianças, é um homem sábio e paciente, com um estranho gosto por comidas exóticas, e costuma agir como a voz da razão para os dois.

Ao longo dos episódios, Ben reúne uma vasta galeria de inimigos, encabeçada por Vilgax, um conquistador alienígena que pretende usar o Omnitrix como uma arma de guerra; o vilão, no início, apenas comanda as ameaças das sombras, mas depois decide tomar a ação e partir para a luta. Devo destacar também o Dr. Animal, um cientista especializado em mutações genéticas de animais, e Kevin 11, um jovem delinquente com o poder de absorver matéria e energia, entre outras figuras bizarras e igualmente maléficas.

Ben 10, a série original, de fato, faz jus ao estrondoso sucesso que teve. É uma animação divertida, descompromissada, mas com muita criatividade e inteligência em sua criação. Ela tem um sabor de desenho antigo, sem tramas desnecessariamente complexas ou personagens cheios de nuances, apenas o bom e velho quebra-pau entre o bem e o mal. No entanto, não ofende a inteligência do espectador mais velho, que poderá apreciar os personagens carismáticos, os enredos bem bolados e todo o universo fascinante que vai se revelando aos poucos. Essa primeira série rendeu ainda dois filmes animados, “O Segredo do Omnitrix” (que vale como um encerramento) e “Destruição Alienígena” (feito em CGI) e um filme em live-action, “Corrida contra o Tempo” (que é tão bom quanto você imagina). Fiquem agora com a abertura, que tem uma música bem grudenta:

E vocês? O que acharam da análise? Chegaram a assistir Ben 10? Compartilhe com a gente suas opiniões no espaço abaixo. Obrigado pela atenção!!

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