Resenha | Invasão Secreta (Marvel Comics)

Invasão Secreta  tem uma proposta ousada que tenta surpreender a cada página, com a premissa quem é aliado e quem é inimigo? Para poder salvar o planeta não apenas heróis lutarão mas também vilões e até mesmo civis, todos são suspeitos até que se prove o contrário. Repleto de batalhas épicas, dramas pessoais e reviravoltas.

O enredo escrito por Brian Michael Bendis vinha sendo construído desde “Vingadores: A Queda”, onde era possível perceber inconsistências em alguns personagens, que já haviam sido substituídos por skrulls, porém Elektra foi o primeiro alienígena a ser descoberto, uma descoberta espantosa, que fez com que os personagens passassem a desconfiar uns dos outros. Um clima de paranoia é empregado.

No contexto do universo Marvel e eventos pós-Guerra Civil, o mundo se vê diante da Lei de Registro Super-Heroico e a Iniciativa dos 50 Estados, que seria por um grupo de super-heróis em cada estado norte-americano. Os Skrulls, decidem neste momento delicado para os guardiões da salvação da Terra, revelarem que estavam usando sua característica transmorfa para se disfarçarem de heróis e grandes representantes da raça humana para iniciar um plano em projeção há 40 anos: invadir nosso planeta e transformá-lo como parte do império Skrull.

No começo da saga tudo parece estar bem até demais, pois quando essa escotilha supracitada da nave Skrull se abre, diversos heróis Marvel aparecem, muitos por sinal desaparecidos há anos ou dados como mortos. A chance maravilhosa de uma interação e desenvolvimento desse novo “status quo” da comunidade heroica e suas repercussões, se mostra desperdiçada quando essa revelação é usada para dar início a uma batalha sem direito a diálogos entre os heróis atuais e os desaparecidos.

Os Skrulls capturam vários heróis e se infiltram nas defesas do planeta, com a própria imperatriz Veranke tomando o lugar da heroína Mulher-Aranha. E após os fatos que levaram à fuga de dezenas de super-vilões da prisão de segurança máxima chamada Balsa, ela se torna uma Nova Vingadora.

Elektra, a líder da organização ninja Tentáculo, é revelada como uma Skrull chamada Pegon, após morrer em uma batalha com os Novos Vingadores. Veranke leva o corpo para Tony Stark – líder do grupo oficial dos Maiores Heróis da Terra – com o intuito de incitar desconfiança entre a comunidade super-humana e as duas equipes. E os Illuminati enfrentam um impostor que se fazia passar pelo líder dos Inumanos, Raio negro.

Após várias batalhas entre os heróis da Terra e os Skrulls em Manhattan e na Terra Selvagem, o Senhor Fantástico finalmente consegue desenvolver um equipamento capaz de detectar os alienígenas que se fazem passar por humanos e heróis. Veranke eventualmente reagrupa suas tropas em Nova York e as forças combinadas dos dois grupos de Vingadores, há muitos separados em duas facções de ideologias diferentes , além de outros famosos personagens Marvel ,se reúnem novamente em uma imensa força que derrota a armada invasora. A S.H.I.E.L.D. é dissolvida por ordem presidencial e Orborn é eleito pelo governo americano como o novo diretor da organização que iria substituí-la, a H.A.M.M.E.R., dando início a uma fase da editora que viria a ser conhecida como: Reino Sombria.

A arte de Leinil Yu  é mediana, não se destaca. Não chega ao realismo animado que Steve McNiven fez em Guerra Civil. Os traços grossos e geométricos de Yu contribuem para dar a história um tom sombrio e de dificuldades passadas no momento.

O grande final é mais um ponto importante na história, já que ele é pontuado com a morte de uma importante e amada personagem dos leitores e cria novas sub tramas que iriam repercutir na editora por inúmeros anos depois. Aliás, essas importantes repercussões é que são o verdadeiro valor da saga para a cronologia, sendo possível destacar os “Vingadores Sombrios” de Norman Osborn como a mais importante e interessante dela.

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