Crítica | Succession – 1ª e 2ª temporada

Sucession é uma série que anda ganhando cada vez mais notoriedade do público. Uma série que aparenta ser apenas mais uma, sobre família americana rica e poderosa, mas que se mostra ir bem além, revelando que não tem nada de perfeita é muito disfuncional. A série procura explorar a lealdade da família acima do seu individual, os negócios internacionais e os perigos do poder no século 21.

A série começa pela perspectiva do rico e influente Logan Roy que acabou sofrendo um derrame. Ele é o CEO da Waystar Royco. Logan possui uma das multinacionais mais cobiçadas dos Estados Unidos e, portanto, um bom punhado das empresas mais bem-sucedidas do mundo, incluindo uma divisão de cruzeiros e sua própria mídia. Este fato fará com que seu filho Kendall dê um passo à frente para tentar conseguir seu lugar na empresa. No entanto, Ken não encontrará nada além de obstáculos em seu caminho, como contingências pessoais,  colapso de seu casamento e seu vício em drogas, à feroz oposição de seus irmãos e as posições de confiança de seu pai, muito preocupado em parecer desleal e parar tendo sua aprovação.

Uma reviravolta inesperada  acaba acontecendo no final da primeira temporada, que forçará a família a enfrentar os problemas como um bloco sólido, mas algumas roupas sujas do passado ameaçam a já precária estabilidade da empresa. Entre os possíveis  planos que se colocam na mesa estão fazer fortes aquisições para enfrentar os obstáculos a frente, conseguir investimentos estrangeiros e até negociar a portas fechadas para salvar a empresa e não abrir mão de sua posição dominante no mercado de entretenimento, mas finalmente a única opção é o do “sacrifício de sangue”, que desencadeará uma verdadeira luta interna, para escapar ileso de todos os parentes , e de alguns capangas fiéis durante anos.

Se a primeira temporada teve um design de produção incrível, na segunda temporada, eles foram superados se é que parecia possível de acontecer. Cruzeiros, mansões, coletivas de imprensa, festas, tudo se ergue de forma tão credível quanto desprezível, pois muito contribui para retratar personagens inescrupulosos que têm tudo e nada valorizam, e pro espectador criar aquele ranço.

Nesse sentido, o personagem de Greg (Nicholas Braun) é sempre um grande contraponto aos irmãos Cainitas (Alan Ruck como Connor , Jeremy Strong como Kendall , Kieran Culkin como Roman e Sarah Snook como Shiv ), que nunca consegue se encaixar em um mundo que o trata como um pária. Muito honesto, especialmente para seu mentor, o marido de Shiv chamado Tom (Matthew Macfadyen).

Depois de uma primeira temporada magnífica, a HBO nos apresentou uma segunda ainda mais complexa e viciante, em que continua a investigar o império da corrupção que a família Roy representa. O elenco é excelente, o roteiro é sempre afiado, disseca as vísceras empresariais de Royco, o design de produção é uma loucura e a trilha sonora é bastante competente.

Succession é uma série em que as lutas de poder são as que condicionam as relações entre os personagens, o interessante dela, as tomadas fotográficas são fundamentais. Mark Mylod , que é o diretor que já esteve por trás das câmeras mais vezes (ele dirigiu oito episódios, quatro em cada temporada), leva isso bem em consideração, principalmente nos impasses finais desta segunda temporada, optando muitas vezes pelos planos cortados, para deixar claro quem tem a vantagem. E é por isso que a cena final é tão intrigante para nós. Mas isso, você terá que descobrir assistindo à série.

15 thoughts on “Crítica | Succession – 1ª e 2ª temporada

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