Crítica | Cowboy Bebop (2021)

Cowboy Bebop chega nessa sexta feira dia 19, mas vi de antemão a temporada. A série é uma adaptação do anime de mesmo nome. Um clássico do gênero de ficção cientifica com Western combinados. A Netflix aceitou o desafio de adaptar, sabendo que haveria uma enorme pressão com esse live action, e esse é só o começo de uma grande leva que está vindo para o streaming.

A versão live action busca trabalhar a famosa dinâmica de amor e ódio que existe entre os personagens que ainda não se conhecem, algo que vimos por exemplo em Guardiões da Galáxia Vol. 1. Logo não vemos suas lealdades ainda e sim brigas que vão dar o tempero necessário ara a história.  Cowboy Bebop busca também trabalhar o humor,  que muitos podem etranhar, pois aqui é mais canastrão, com muita ação e dramas também. Temos um policial desgraçado que perdeu sua família, uma mulher com amnésia em busca de sua verdadeira identidade e um ex-assassino impenitente que se tornou um caçador de recompensas que não esqueceu seu grande amor e está disposto a arriscar tudo para recuperá-lo.

Os três personagens entram em seus respectivos papéis com John Cho e Mustafa Shakir como companheiros em um plano de filme de companheiro espacial, e é um sucesso. A Faye Valentine da atriz Daniella Pineda é simplesmente maravilhosa, de longe a melhor da série. É ainda apreciado que é dado um fundo maior e seu próprio espaço, algo melhorado em relação ao tratamento que recebeu na série original.

Este novo Cowboy Bebop possui muitos pontos de divergência com o material que o serve de base, aí que pode incomodar os mais puritanos, que ao começar assistir devem esperar que sim, haverá mudanças, é normal em adaptações. O problema é que o que se apresenta como novidade, e alguns momentos não funcionam.

Tudo sobre as tramas do caçador de recompensas faz sentido e está bem casado com uma trama maior e que sua estrutura não é meramente episódica, mas o pano de fundo, baseado no drama do triângulo amoroso de Spike-Julia-Vicious e o poderoso crime do Dragão Vermelho sindicato , ele vaza do começo ao fim. O elenco, a caracterização e a direção de atuação de Alex Hassell e Elena Satine, que nunca encontram o tom certo para seus personagens erráticos Vicious e Julia são muito infelizes.

O anime tem um amor trágico, único e fatal que foi trabalhado tão bem quanto em filmes noir. Mas nessa primeira temporada ficou muito condensado, e acaba não sendo bem trabalhado. A série live action infelizmente deixou de lado, talvez seja trabalhado melhor em uma possível segunda temporada. Já que as mudanças aqui mudam completamente a história. Logo você notará a falta da poesia da narrativa que tinha no anime. Os cenários, os antagonistas, estão todos aí, ora de forma bem diferente, ora quase literalmente. Como adaptação Cowboy Bebop quase chegou lá, não me leve á mal, tem bastante potencial, mas faltou mais ousadia.

O live-action az a parte difícil certa, ela dá o tom para a produção, mistura diferentes gêneros e vislumbra a magia do anime como um grupo heterogêneo de desajustados, mas falha miseravelmente no que deveria ficar mais fácil a cada vez, o drama do passado de Spike Spiegel. Mas ainda vale a pena dar uma conferida, e se comparado á outras adaptações, pelo menos pode-se ver uma pequena luz no fim do túnel, para que futuras adaptações aprendem e se aperfeiçoem cada vez mais.

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