Crítica | Vida

Os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick conhecidos pelo filme Deadpool, se arriscam pela primeira vez no ‘sci-fi’ com Vida e, por incrível que possa parecer, fizeram um trabalho bastante satisfatório.

A trama do filme começa quando um grupo de astronautas na Estação Espacial Internacional resgata uma sonda que carregava valiosas amostras do solo marciano, onde encontram um organismo misterioso que é comprovado como a primeira evidência de vida fora da Terra. Porém, quando o organismo alienígena começa a evoluir para uma forma hostil e letal, o grupo precisa lutar para mantê-lo em quarentena e impedir qualquer risco de contaminação.

Sobre o roteiro, bom á diversas conveniências narrativas nele , há muito pouco do que reclamar. O filme abraça a estrutura de sua inspiração, Alien: O Oitavo Passageiro e não se desprende até seu final inovando pouco, resolvendo alguns desafios com preguiça criativa e quebrando suas regras a todo o momento conforme o marciano evolui jogando toda proposta realista de uma descoberta científica sobre a criatura em escanteio. A narrativa em si é uma das inspirada no pessimismo cósmico  de Lovecraft,  até mesmo mais cruel do que as narrativas de Alien. Os roteiristas trabalharam na perspectiva do pior cenário possível.

Os primeiros acontecimentos trágicos são realmente assustadores, e orquestrados meticulosamente pelo diretor Daniel Espinosa, e isso somado ao inicio cientifico quase cauteloso, coloca o filme em um patamar diferenciado. Só que depois do primeiro ato, infelizmente isso se perde, a inventividade começa a falhar, quando o filme entra no segundo ato e se entrega ao terror ele não se torna ruim, mas beira ao genérico, abandonando as características que estavam surpreendendo inicialmente.

 

Este convergido para o caminho genérico acontece no desenrolar da trama, no qual não temos mais surpresas, subestimando o espectador. As imagens que deveriam aparecer perturbadoras , acabam prejudicadas por elementos ruins em CGI, além de contarem com uma trilha sonora que peca pelo exagero.

Vida oferece um bom entretenimento é capaz de envolver sim e capturar a atenção do espectador, principalmente pela direção competente e o talento de alguns do elenco. Destacando-se Jake Gyllehaal que tem maior espaço na trama. É sempre bom vermos filmes que não são adaptações de nada, e são uma historia original. Algo que está faltando ultimamente em Hollywood, então Vida já vale por isso.

Vida (Life, EUA – 2017) Duração: 104 minutos

Direção: Daniel Espinosa

Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick

Elenco: Ryan Reynolds, Rebecca Ferguson, Jake Gyllehaal, Hiroyuki Sanada, Ariyon Bakare, Olga Dihovchnaya

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